Esta semana foi palco de um conjunto de manifestações e ações concretas de dirigentes da República Federativa do Brasil que devem ser destacadas. Primeiramente há que se elogiar a conduta solidária e justa do governo brasileiro de dar asilo ao presidente legítimo de Honduras, Manuel Zelaya, na embaixada do Brasil em Tegucigalpa. O Conselho de segurança da ONU, reunido sexta-feira em Nova Iorque, condenou as ações intimidatórias do governo golpista de Honduras contra a embaixada brasileira, recomendando que qualquer questão política seja tratada no âmbito da Organização dos Estados Americanos, OEA.
Em Pittsburgh, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse esperar que “se cumpram as decisões tomadas pelo Conselho de Segurança, incluindo o respeito à integridade da embaixada e a suspensão do cerco”. A ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, por sua vez, declarou em São Paulo que “não acredito que a ONU, a OEA, qualquer país latino-americano, os Estados Unidos, respondam a isso (às posições dos golpistas) falando que vão negociar a não ida de Zelaya para a sua situação de presidente constitucional. Eu não posso dizer que se a ditadura ficar um pouco menos ditadura nós aceitamos a ditadura”.
Já o presidente do Senado federal, o senador José Sarney, em pronunciamento feito em plenário, se manifestou contra a instalação de mais uma CPI para investigar o Movimento dos Sem-Terra, o MST. Argumentou, na ocasião, que este caminho não traz nenhum resultado positivo para o dramático problema da distribuição fundiária no país. Melhor seria, disse ele em seu discurso, que aproveitássemos o conhecimento e a vivência do MST sobre a questão agrária para avançarmos uma solução para o problema. Pode-se dizer esta situação coloca o Brasil entre aqueles últimos países do mundo a não ter realizado esta necessária reforma no sentido da democratização da propriedade rural e do próprio desenvolvimento das relações produtivas no campo. De fato, essa política da oposição ao governo de utilizar CPIs como forma de ação com viés moralista e supostamente ético, só faz paralisar o trabalho legislativo e impede que se discuta os verdadeiros e urgentes problemas nacionais para fortalecer a soberania, a democracia e a justiça social.
Investido das funções de Presidente da República em exercício, o vice-presidente José Alencar também deu sua contribuição ao debate geopolítico que se trava no mundo sobre a questão nuclear. Alencar declarou na quinta-feira defender o direito do Brasil dominar a tecnologia nuclear para o desenvolvimento científico do país e sua defesa nacional. Esta é uma questão-chave para a soberania do Brasil, especialmente nestas novas condições em que a Nação descobre importante jazida de gás e petróleo na camada do Pré-Sal, o que tem atiçado a cobiça de países imperialistas e consumidores de combustíveis. Disse o presidente em exercício que o Brasil deve ter poder dissuasivo na luta contra as intervenções e pela paz. Como ele mesmo explicou, países como a Índia e o Paquistão possuem armas nucleares e por isso não vão à guerra. Dos chamados BRIcs, por exemplo, o Brasil é o único que ainda não domina o ciclo de produção nuclear, pois a Federação russa, a República Popular da China e a Índia, em diferentes graus, dominam toda a tecnologia nuclear e possuem artefatos atômicos. Mais uma vez José Alencar, de forma corajosa, defendeu os legítimos interesses nacionais.
sábado, 26 de setembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Ótimo texto; legal postar uma atualização. Como sua editora preferida dei uma formatada só para inserir parágrafos. Facilita a leitura. Beijo!
Postar um comentário