O CAMINHO É O FORTALECIMENTO DA NAÇÃO,
O SOCIALISMO É O RUMO.

domingo, 15 de novembro de 2009

Como o mundo vê o Brasil e Lula

Para utilizar uma imagem recorrentemente usada pelo presidente Lula em seus discursos, talvez nunca na história deste país falou-se tanto do Brasil e de seus dirigentes na imprensa mundial. Na verdade, o que mais se lia anteriormente eram referências elogiosas e ao mesmo tempo preconceituosas sobre o carnaval, as maravilhas naturais brasileiras, a beleza extraordinária de suas mulheres e a capacidade pentacampeã de seus jogadores de futebol, sem deixar de lembrar nosso período de liderança nas pistas da fórmula 1.

Como cita a revista The Economist em sua última edição – com capa dedicada ao país – o Brasil era visto com desconfiança nos começos da década quando era mais conhecido pelo carnaval e o futebol, por ser um país com “instabilidade política crônica” e um crescimento econômico tão pequeno quanto os trajes de praia. Na reportagem de capa, “O Brasil decola”, entretanto, a revista faz um balanço da situação econômica e social agora, sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Destaca especialmente que o Brasil foi um dos últimos paises a sentir os efeitos da atual crise econômica e um dos primeiros a deixá-la. Reforça a idéia de que por volta de 2014 o Brasil poderá ser a quinta maior economia do mundo, superando a Grã-Bretanha e França.

Em entrevista recente, o atual candidato da Frente Ampla do Uruguai vitorioso em primeiro turno das eleições presidenciais, José “Pepe” Mujica, chegou a dizer sobre o presidente brasileiro: “Ele negocia, tem a paciência de um velho dirigente sindical. Aliás, aqui entre nós, deveríamos clonar o Lula pela América Latina.“. O presidente dos EUA já havia dito que “Lula é o cara” e a revista Forbes incluiu o presidente brasileiro na lista das personalidades mais poderosas do mundo. De fato, uma das qualidades de Lula é ter superado a chamada grande imprensa como intermediária entre a sua liderança e o público brasileiro. Essa mídia tudo fez historicamente para se colocar como o meio através do qual a elite se comunica com o povo. Lula rompeu esta tradição e diz: “Sempre procuro me comportar com a maior humildade possível. Gosto de falar com o povo. Odeio intermediário com o povo. Esse negócio de gente falar por mim, eu não gosto. Por isso, falo muito”.

Na entrevista que concedeu à bíblia do sistema econômico e financeiro mundial, o jornal Financial Times, em Londres, o presidente brasileiro foi apresentado aos seus leitores da seguinte forma: "Para Lula e seus 190 milhões de conterrâneos, a memória do país comparecendo regularmente diante do Fundo de chapéu na mão ainda machuca. Apenas uma década atrás, nas crises financeiras da Ásia e da Rússia, o Brasil foi forçado a desvalorizar sua moeda, o real, e pedir créditos de emergência ao FMI. Porém agora as coisas se inverteram. 'Fomos um dos últimos países a entrar na crise global e um dos primeiros a sair', diz o ex-torneiro mecânico". Sobre como o Brasil tem se esforçado para sair da crise Lula respondeu: “Bom, primeiro de tudo, eu acredito que é importante para você entender o que aconteceu no Brasil antes da crise. Estávamos determinados a acabar com a paralisia que o Brasil sofreu durante os anos 80 e 90. O Brasil teve de voltar ao caminho do crescimento e investir em infra-estrutura como condição para o sucesso nas décadas futuras. Uma coisa importante é que muitas das medidas que alguns países tomaram só após a crise, o Brasil já as havia feito em janeiro de 2007”. (...) Então o que aconteceu realmente foi que, quando veio a crise, o Brasil já estava fazendo muitos investimentos, coisa que outros países só começam a discutir hoje. O Brasil já estava fazendo investimentos pesados. As coisas já estavam em curso e, em uma reunião com o meu ministro da Fazenda, com o presidente do Banco Central, com o ministro do Planejamento, disse a eles, "temos agora de tratar a economia como se estivéssemos em guerra”.

A certa altura o jornalista do financial Times perguntou: “Senhor presidente, o senhor é um patriota econômico, então? Ou é um nacionalista econômico?”, ao que Lula respondeu: “Eu sou um patriota, um patriota econômico. Isso é um termo que eu gosto. Sim, gosto disso. Isso me agrada. Você tem que pensar no futuro do país. O minério de ferro e o petróleo, isso são coisas que funcionam para fora, por isso, se você não tiver cuidado, logo você esgotará a oferta, e ficará órfão. Então o que precisamos fazer? Temos que aproveitar este momento e construir uma base industrial mais sólida no Brasil. Não estamos cometendo nenhum pecado. Queremos ser um país mais industrializado.” Com este tipo de concepção e uma visão de longo prazo é que poderemos construir um plano nacional de desenvolvimento que seja a base para um crescimento sustentado do país, preservando sua soberania, desenvolvendo social e economicamente o maior patrimônio nacional que é o povo brasileiro.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A ofensiva política do governo

O Ministro Alexandre Padilha é da corrente do PT que ele mesmo denomina “lulista”. Tem 38 anos e é médico infectologista formado pela Universidade de Campinas. Foi tesoureiro da UNE na gestão Lindberg Farias e foi nomeado neste mês de outubro Ministro de Relações Institucionais no lugar de José Múcio, indicado para o Tribunal de Contas da União. Logo iniciou um conjunto de contatos e reuniões políticas com todos os partidos políticos com representação no Congresso Nacional.

O Ministro Padilha participou, na última semana de outubro, da reunião semanal da bancada comunista na Câmara dos Deputados. Se apresentou aos membros da bancada dizendo ter aprendido a respeitar o PCdoB ao longo de sua trajetória política, desde os tempos da luta contra a ditadura. Durante a crise de 2005 – quando o governo Lula e o PT sofreram violenta campanha difamatória – esteve ao lado de Aldo Rebelo, Orlando Silva entre outros líderes que dirigiam o movimento estudantil, para enfrentar a onda denuncista e defender o Governo e o PT. Ressaltou também que o PCdoB foi o único partido que esteve sempre ao lado de Lula em todas as campanhas presidenciais desde 1989.

O Ministro resumiu da seguinte forma as principais preocupações do atual comando político do Planalto como sendo:

a) Consolidar a superação da mundial, que tinha como objetivo garantir o emprego dos trabalhadores e politizar o discurso no enfrentamento das conseqüências da crise capitalista. A virada no campo das relações comerciais com o exterior foi notável: antes da crise, 34% de nossas exportações eram para o mercado americano, enquanto que agora este nível passou para 14% apenas. Nas relações com os EUA/Europa/Japão, o volume de comercio era de 65%, enquanto que hoje o Brasil exporta 65% de sua pauta de mercadorias com os chamados países emergentes.

b) Consolidar as conquistas dos dois mandatos do Governo Lula até agora, especialmente a consolidação das Leis Sociais (que deverá ser concebida como o foi a CLT em relação às leis trabalhistas), a relação do governo Lula com os Movimentos Sociais e o estabelecimento de vários marcos legais nesta área.

c) A construção do futuro político, com a elaboração do novo projeto de governo que possa dar continuidade a esta obra iniciada em 2003, sendo que o governo está certo de que a melhor forma de entrar na campanha de 2010 é a polarização de projetos, a comparação do projeto PSDB-DEM contra o projeto do campo do atual governo Lula.

Além destas questões, o Ministro Padilha insistiu na necessidade de se estabelecer uma agenda de votações importantes até o final do ano, onde existem poucas janelas de voto em plenário. O voto prioritário segundo ele é o da redução da jornada semanal de trabalho para 40 horas. E também o que assegura o direito de negociação dos funcionários públicos. Mas firmou o compromisso de negociação com todas as centrais sindicais, sem exceção, em torno destes temas. O Ministro se prontificou a levar em conta as opiniões dos Partidos da base para levar adiante os projetos do Governo. Para enfrentar a grande batalha ideológica e política de 2010, será preciso que estes partidos que apóiam decididamente o desenvolvimento soberano da nação, com valorização do trabalho, da ciência e da tecnologia, se fortaleçam e cresçam no senado federal , na Câmara dos Deputados e no movimento social brasileiro.